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Rádio Assuna se firma como coletivo cultural carioca

Uma rádio para juntar as pessoas, trocar ideias, ouvir música e dançar. Ivam Cruz, idealizador da web rádio, conta que, no seu aniversário (março de 2020), estava pensando como poderia estar perto dos amigos, familiares, tocando e dançando músicas. Ah! Ivam é DJ e festeiro, acostumado a comandar pistas em festas e shows ( inclusive com a Fundição Progresso e Circo Voador), mas não queria algo efêmero ou frio, encontro no Zoom, playlist… Assim, entrou na pesquisa sobre web rádios e começou a brincadeira!

Na primeira transmissão, com limite de 50 ouvintes online, Ivam acertou em cheio a audiência. Recebeu inúmeras mensagens de parabéns e pedidos de músicas. No dia seguinte, veio o bis: todo mundo queria outra transmissão ao vivo na próxima semana. Era período de isolamento ainda e os ouvintes queriam mais uma edição para beber, ouvir música e dedicarem canções uns para os outros.

A Rádio foi criando corpo e entraram novos membros com entusiasmo e expectativa de virar um coletivo cultural: Beà Ayòóla, Fábio Freitas e Cristine Ariel trouxeram suas experiências com produção musical. A rádio ganhou vinhetas e numa das transmissões foi feita uma enquete para escolher o nome. Cristine que sugeriu Rádio Assuna: “assunar” é juntar e era isso o que estavam fazendo. Uma ouvinte sugeriu Papo e Pista, que também era o que acontecia: batiam papo e caiam na pista. Assim, foi batizada a Rádio Assuna – Papo e Pista.

No começo, a internet caía muito, o site não era fácil de acessar e o próprio Ivam Cruz, que também é designer, passou a pesquisar outras maneiras de dar mais qualidade na transmissão.“Começamos a passar o chapéu durante as transmissões ao vivo e conseguimos arrecadar um dinheiro suficiente para um novo site e servidor de áudio. Foi quando compramos um ano de servidor para a web-rádio e o domínio do site www.radioassuna.com, como é hoje”, comemora Ivam.

Se afirmar como coletivo comprometido com a prática artística, disputar editais e dialogar com outras propostas similares foi um caminho natural e veio amadurecendo com o tempo. Hoje, o site e o link de transmissão estão bem melhores e toda estrutura dos programas já produzidos está disponível também para audição por demanda do ouvinte.

Ivam conta que “nesse brinquedo virtual, público, locutores e convidados se divertem, mas também trazem temas fundamentais como direito à cidade, ancestralidade e combate às diversas formas de violência, como racismo, machismo, lgbtfobia e gordofobia. Numa dinâmica que recebeu o nome de papo e pista. Música para ouvir e “letras” para trocar.”

Programação

A estrutura de “curadoria” dos bate papos da rádio evoluiu para fora do círculo primário de amizades. Agora, Ivam Cruz celebra que “o desafio dessa construção está em conseguir produzir com mais de tranquilidade. Com a chegada da Rede Muda e do Grupo Saúva, conseguimos uma salvaguarda de dinheiro para artista convidado, uma tranquilidade de dedicação e tempo pra fazer os programas; tem o tempo da pós-produção, que é muito difícil, fechar com artista; (e) fazer roteiro, que tem uma construção coletiva muitas vezes”. Hoje, a responsabilidade de produzir é dividida com Beà Ayòóla, Fábio Freitas e Cristine Ariel. Essa construção dos roteiros e a metodologia de trabalho foi dando uma cara para a rádio, que tem uma pegada afetiva sem nenhum compromisso com o main stream; e, sim, com uma conversa que parta de um lugar descontraído, dando conta de falar do trabalho, de ouvir música, as inspirações das pessoas e a construção daquele artista como um todo.

A Rádio Assuna tem programação ao vivo toda quinta-feira, às 22 horas.

Para conhecer melhor, ouvir, conhecer os artistas dos bate papos, acesse: www.radioassuna.com

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