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Projetos inovadores fomentados pela Saúva são estruturados e potencializados por Mônica Calderón em Paraty

Matéria publicada em 13 de agosto de 2024.

O ativismo nas áreas social, ambiental, educacional, cultural e financeira é uma marca registrada das pessoas ligadas à Rede Saúva Jataí. Assim tem sido o trabalho de Mônica Calderón em Paraty, Rio de Janeiro. Sua primeira iniciativa foi fundar a Associação Jardim do Beija-Flor, junto de outros parceiros e parceiras, para ativar suas ideias inovadoras. O fomento financeiro da Saúva na Bolsa Ativismo é fundamental para que ela possa se dedicar e potencializar suas ações, mas junto dele existe a confiança depositada no trabalho a ser desenvolvido. Essa confiança, base da filosofia da Rede, permitiu que ela desenvolvesse e se dedicasse a outras frentes de trabalho como a Rede Alegrias, Escola de Outras Economias e Escola Cirandas.

Jardim do Beija-Flor e Rede Alegrias

Para Mônica, o ativismo da Rede é feito por “pessoas que realmente fazem coisas diferentes para o mundo. É difícil que alguém olhe para nós e diga que quer nos apoiar. O que nós fazemos ninguém acredita que é possível”. A dificuldade está em ter apoio de um sistema para criar algo que, muitas vezes, vai contra o sistema, como uma moeda complementar ou uma escola com uma pedagogia transformadora. Ela pondera que, no caso dos projetos de escolas com uma educação transformadora, o discurso das novas pedagogias tem ganhado um espaço mais relevante, mais reconhecimento e mais força. Mas no caso das moedas complementares ainda há um tipo de tabu, por ser abstrato e de difícil compreensão. “É muito difícil levar essa ideia para novas pessoas porque elas não compreendem. ‘Como assim uma outra moeda? Como assim um Banco Comunitário? Como assim uma economia alternativa?’”, reflete.

Na Feira do Produtor Rural de Paraty, vários produtos são ofertados na moeda Alegrias

A sustentabilidade e a autonomia desses projetos em Paraty traz um certo conforto para seus integrantes, segundo Mônica, pois faz um contraponto à lógica capitalista que ainda é injusta, desigual e não consegue avançar no combate às mudanças climáticas, por exemplo. “Todos podem se alimentar, gerar recursos, alimentos, dinheiro, trabalho, temos o banco para movimentar a moeda e a escolinha para as crianças”, conta Mônica. E a circularidade econômica dentro da Rede Alegrias é um estímulo aos seus integrantes, o único requisito é que esteja de acordo com os princípios de sustentabilidade, transparência e solidariedade da rede.

Um dos projetos deste ano é incluir as crianças no manejo da composteira. Esse projeto tem parceria com o Laboratório Terra Orgânica

Balanço geral

 Mônica faz um balanço do ano de 2024 em relação aos anteriores e a diferença apontada são os resultados apresentados, fruto da confiança e do incentivo financeiro da Associação de Fomento Saúva em projetos inovadores. “A combinação desses fatores potencializou o trabalho e continua potencializando”, reflete.

Um exemplo disto é o desenvolvimento da Cozinha Solidária, que junto aos cursos e feirinhas neste ano, vem potencializar o trabalho das pessoas que estão à frente destas iniciativas e da Rede como coletivo.

“Enxergo com muito carinho a Cozinha Solidária como projeto piloto e ainda sonho com um restaurante comunitário, porém antes da realização de um grande sonho é preciso de muito comprometimento e dedicação de quem está envolvido”, diz Mônica.

Escola de Outras Economias

A Escola de Outras Economias está propondo um caminho diferente para o curso de 2024, a proposta desse ano é trabalhar os fundamentos básicos em economia para a organização financeira de projetos e também pessoal. Essa abordagem foi escolhida a partir de um  diagnóstico de desafios enfrentados pelas iniciativas da Rede Saúva Jataí, que devem participar do curso com, no mínimo, um representante. Inscreva-se no link: https://docs.google.com/forms/d/1C_LsiPDQjLRJhk7vpZi5GncYen9imdEkvSnmSkM4b08/edit

Facilitadora da Escola de Outras Economias há três anos, Mônica Calderón conta que, dentro dos princípios de organização financeira, o curso vai abordar matemática financeira, contabilidade, excel, conceitos básicos de finanças e práticas, finanças pessoais e uma aula final para recapitular o que foi trabalhado e tirar dúvidas.

“A ideia é fortalecer os processos internos ligados ao financeiro. É um passo para continuarmos o caminho em torno da construção da sustentabilidade dos projetos. (…) Sempre idealizamos que a Escola de Outras Economias tivesse seus próprios educadores da Rede Saúva Jataí. Esse ano conseguimos que todos os facilitadores sejam da rede e isto é importante para o desenvolvimento da Escola”.

Mônica Calderón – Escola de Outras Economias

Planos futuros

A solidificação das ideias e propostas planejadas para o primeiro semestre de 2024 foi realizada. Agora, o próximo passo é potencializar as pessoas para que consigam se apropriar dos projetos que estão liderando. Várias ideias que foram pensadas e gestadas no primeiro semestre estão prontas para serem colocadas em prática, uma delas é o Fundo Rotativo Solidário do Banco Comunitário Alegrias.

Esse fundo é uma ferramenta que os bancos comunitários têm para movimentar e impulsionar a economia e projetos, oferecendo crédito para eles. Entretanto, são processos que a equipe ainda estava elaborando e se fortalecendo desde o ano passado. Nesse ano, os processos estão mais estruturados, com o estatuto redigido, e o banco está pronto para realizar mais empréstimos além dos três que estão em curso. O nome escolhido para ele é Fundo Solidário de Crédito e Poupança Alegrias, que servirá tanto para oferecer crédito quanto para poupar. “Identificamos que é bom quando emprestamos dinheiro para as pessoas realizarem seus sonhos,  finalizarem algum projeto ou pagarem alguma dívida, mas o mais legal é que elas possam poupar para não ficar endividadas. O Fundo permite essas duas coisas que sonhávamos e agora está acontecendo”, conclui.

Conheça a equipe da Rede Alegrias:

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