O ONG Mutirão Agroflorestal fecha a participação no Projeto Terra Mãe com o lançamento de um vídeo de valorização da agricultura familiar. O trabalho foi realizado com agricultoras e agricultores agroflorestais dos assentamentos Sepé Tiarajú e Mário Lago, e com parceiros da Embrapa Meio Ambiente, Cooperativas Comuna da Terra, Comater, Grupo de Agrofloresteiros do Sepé Tiarajú e a Rede Agroflorestal de Ribeirão Preto e região.
O Mutirão promoveu oficinas, acompanhamentos, orientações e apoio técnico para que os agricultores, nestes tempos difíceis da pandemia, seguissem plantando agroflorestas e produzindo alimentos de qualidade.
Quem nos conta mais sobre esse projeto é Denise Amador, do Mutirão Agroflorestal e Arte na Terra (artenaterra.com.br), da Fazenda São Luiz: a ONG Mutirão Agroflorestal submeteu esse projeto ao Fundo do Banco do Brasil, oferecendo oficinas, assessoria técnica em agroflorestal e compra de equipamentos e insumos para a produção dos assentados. Denise (Potô) coordenou a parte de Educação Ambiental e destacou a importância de trabalhar com crianças e jovens, prevendo o futuro dos assentamentos: “As pessoas (agricultores dos assentamentos) estão envelhecendo e os jovens não estão ficando no campo. Eles ficaram dez anos acampados em lonas pretas, conseguem a terra e os filhos vão embora para a cidade. Isso acontece no Brasil inteiro”, conta a educadora. Por isso, a ideia foi trabalhar a auto-estima com as crianças, desestigmatizar a visão preconceituosa e desvalorizada com que, geralmente, são tratados os assentados: agricultores colocam comida na mesa das pessoas.
Adaptação
O projeto precisou se adequar às restrições impostas pela pandemia. A organização precisou reduzir a quantidade de oficinas para reduzir as aglomerações e realizar um trabalho audiovisual, que pode ser utilizado em diversas ocasiões e escolas. O vídeo é um material de apoio às atividades educativas escolares, que também divulga o trabalho desses agricultores, da reforma agrária, da agroecologia, das lutas pelo direito à terra e da comida que eles põe nas mesas. Além disso, este tipo de atividade agrícola conserva o solo, planta água e refresca o clima.
Denise chama a atenção para que esse “é um processo de educação da sociedade para entender como o ato de consumir é político, o ato de comer é político. Em vez de comprar em outro lugar, eu vou comprar do agricultor, vou ajudá-lo comprando sua cesta”, explica. O vídeo ficou pronto no final de dezembro de 2021 e o lançamento foi marcado para a lua nova, no dia 1° de fevereiro.
Ela confidencia que se impressionou com o depoimento de um dos jovens no vídeo. Ele está se formando em geografia e, segundo Denise Amador, pode ser uma pessoa chave para trazer essa visão de como podemos manter a juventude no campo. “São reflexões importantes; temos que pensar o quanto o campo está sendo promissor para o jovem; se dá esperança. (…) como o campo vira um lugar favorável e atrativo? como dignificamos esse trabalho? É um trabalho de formiguinha, é um mais um, são as saúvas”, convida a refletir a educadora.
Para assistir ao video é só clicar abaixo: