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Muda Outras Economias lança projeto com Goethe-Institut e Coletivo Bonobando

Rede Muda Outras Economias, em parceria com Goehte-Institut e o Coletivo Bonobando, lança sábado, 23/10 o projeto “Da Muda à Floresta – Partilhas de Arte e Agroecologia”. O projeto foi contemplado com o fundo de ajuda para Organizações de Cultura e Educação 2021 do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, do Goethe-Institut, e outros parceiros, para realizar um projeto emergencial durante a pandemia com duração de seis meses. Várias atividades acontecerão ao longo dos próximos meses e culminarão com duas residências de Arte e Agroecologia no Ilê Asé Egi Omin, Casa de Candomblé em Santa Tereza, no Rio de Janeiro, e no C.S.A.A. Jardim das Delícias, Casa Residência de Arte e Agroecologia localizada em Rio Bonito de Cima, distrito de Lumiar, zona rural de Nova Friburgo.

Adriana Schneider é uma das integrantes do Coletivo Bonobando, além de Professora do Curso de Direção Teatral e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena – UFRJ e co-fundadora da Muda Outras Economias

Conversamos com Adriana Schneider, que nos explicou que essas Residências terão dois momentos com vários instrutores, onde acontecerão vivências e uma série de oficinas de Arte e Agroecologia. O objetivo é promover essas misturas de saberes para fazer um mutirão de construção de canteiros de ervas sagradas medicinais no Ilê Asé Egi Omin, que serão usadas posteriormente num projeto de ambulatório da casa, para atender a comunidade dela e do entorno. E no Jardim das Delícias, para promover o aprimoramento e ampliação de alguns canteiros agroecológicos, que já estão sendo experimentados, e iniciar um trabalho agroflorestal no local.

João Portella e Eleonora Fabião abrem o projeto que vai até janeiro de 2022

Até janeiro acontecerão várias etapas do projeto e uma delas é o Ciclo de Outras Economias,  um ciclo que já existe há mais tempo, que inclusive deu origem à Rede Muda, que será mensal e aberto no youtube, com início no dia 23 de outubro. No primeiro encontro receberão João Portella, agroecologista, e Eleonora Fabião, artista performer, que vão apresentar uma palestra seguida de uma conversa entre eles. Em novembro será a vez de Wanda Machado, importante  educadora de Salvador, que trabalha com a epistemologia e a cosmologia de terreiros na educação, e Wanda Araújo, Yalorixá do Ilê Asé Egi Omin, ambas representantes do movimento negro. Em dezembro terão um representante do MST e  Leandro Almeida, Doutor em Administração pela Escola Superior de Comércio de Rennes – França e Mestre em Administração de Empresas pela PUC do Rio de Janeiro, gestor da Saúva, grande parceira da Rede Muda. Em janeiro, acontecerá um último encontro com Ranulfo Paiva, da plataforma Cambiatus, e Denise Amador, coordenadora do Projeto Arte na Terra na Fazenda São Luiz, localizada em São Joaquim da Barra, São Paulo, agroecologista e agrofloresteira, fundadora da ONG Mutirão Agroflorestal e professora do curso de agronomia da Faculdade Francisco Maeda, em Ituverava, SP.

Adriana complementa que durante esses processos, acontecerão várias vivências muito importantes com o objetivo de criar uma metodologia de implementação de hortas urbanas no Rio de Janeiro. A ideia é localizar quem recebe as cestas orgânicas oferecidas pela moeda social Muda, para estimular a criação de hortas em sua região, se houver espaço em suas casas e bairros. Além da auto-subsistência familiar, o excedente da produção poderia ser oferecida para outros membros na plataforma da Muda.

“Onde eu moro, que é uma Vila no Catete, existe uma horta incrível próximo à pedreira e vamos fazer uma vivência aqui, uma outra vivência será numa CSAA (Comunidade que Sustenta a Arte e a Agroecologia) em Santa Tereza, e teremos uma vivência com a Silo – Arte e Latitude Rural, na Serrinha do Alambari/ RJ, com a Cinthia Mendonça, que são como irmãos mais velhos da Muda porque já estão muito adiantados nessas experiências de residências, arte, tecnologias e agroecologia. Todas essas pessoas farão visitas ao Ile Asé Egi Omin e ao Jardim das Delícias para que, em janeiro, já estejamos preparados para essas residências”, comenta Schneider.

Ela também dá uma informação importante de que oferecerão 21 bolsas para essas residências, mas pretendem aumenta-las até janeiro, para que, além das pessoas que serão convidadas, outras também possam se envolver com esses processos e sair dali com trabalhos prontos para serem apresentados em outros lugares.

C.S.A.A. Jardim das Delícias onde acontecerá uma das Residências artísticas e agroecológicas

Adriana comenta como está sendo feito o planejamento dessas residências em janeiro de 2022: “serão vivências intensivas, em Rio Bonito de Cima será de uma semana, trabalhando com os instrutores de agroecologia e artistas, divididos em oficinas artísticas de dança, escultura, performance, teatro e música. Isso acontecerá no espaço do Ilê Asé também, mas com um foco nos saberes ancestrais, nas relações com o universo do terreiro e nos mutirões de agroecologia e agroflorestal, principalmente em Rio Bonito, mas lembrando que o terreiro está inserido na região da floresta da Tijuca, nesse ecossistema florestal. Então a nossa intenção é de que sejam vivências intensivas que culminarão num Celebra Muda especial, em fevereiro de 2022, onde apresentaremos os resultados desses processos que vivenciaremos durante esses meses”, comemora.

Para participar do lançamento do Projeto “Da Muda à Floresta – Partilhas de Arte e Agroecologia” acesse www.youtube.com/watch?v=37rBNp5Di6k

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