O Instituto Ouro Verde surgiu em 2013 num momento de muitas incertezas para as famílias que o fundaram, mas também com a determinação de que, sonhando juntas e confiando umas nas outras, elas poderiam vencer qualquer obstáculo e transformar essa utopia em realidade. E assim foi! De lá para cá, a escola se firmou, se aprofundou na pedagogia antroposófica, cresceu, formou estudantes, criou processos de gestão e orçamento participativo, fortaleceu a Cozinha Viva, trabalhou a autogestão, se filiou à Federação das Escolas Waldorf do Brasil, teve destaque na participação do Congresso Brasil de Escolas Waldorf e a Escola Verde ganhou reconhecimento no Congresso Brasileiro de Agroecologia.

Essa história de uma década foi construída com o esforço, o cuidado e a dedicação de muitos nomes, tutores, diretores, conselheiros, palestrantes, educadores, professores, funcionários, cozinheiras, voluntários, pais, mães, crianças e amigos. E a data simbólica de 10 anos do INOV começou a ser pensada com a vontade de valorizar as realizações e resgatar a história da escola.
Flávia Diana, mãe da Clara (6° ano) e da Ana (1° ano) e diretora de comunicação do INOV, conta de sua gratidão com as famílias fundadoras, pois ela não participou dessa história desde o início. “É sempre muito bom ver as imagens das histórias da escola e me vem um sentimento de gratidão com esses pais que fundaram um lugar que eu nem sabia que era meu também. Alguém sonhou o que eu sonhava antes e realizou”, confidencia Flávia.
Ela conta que fizeram várias pesquisas com a comunidade escolar para que esse percurso da escola, todo caminho sonhado e a identidade do Instituto Ouro Verde fossem compartilhados com todos. Flávia diz que acha “muito importante compartilhar tudo o que aconteceu e tudo o que movimentou para chegarmos aonde estamos hoje com nossos filhos”.

Flávia crê que essa história de sucesso é muito significativa e fruto de muitas pessoas mobilizadas, de muitas reuniões com todas as comissões de trabalho da escola e de atualizações do que está sendo feito. O amadurecimento da escola pode ser traduzido no caminho de sustentabilidade financeira que está próximo de se realizar; do trabalho de autogestão com o consultor Rodrigo Bergami, que possibilitou que os pais fundadores dessem lugar para outros pais sem que a escola corra risco de perder sua identidade; na consciência dos colaboradores de se posicionarem dentro dos preceitos do orçamento participativo da escola; dos avanços na alimentação integral e orgânica dos alunos; dos processos de gestão dos resíduos; dos trabalhos na área da Agroecologia; na discussão sobre ações afirmativas no âmbito das escolas Waldorf e na ampliação do alcance da política de inclusão social.

Mas todo esse sucesso também pode ser traduzido nas mensagens que surgiram num grande Mural no dia da comemoração dos 10 anos do INOV, no dia 21 de outubro. Muitas delas diziam: “Eu amo essa escola!”, “Queremos o Ensino Médio!”
Olhando para trás e para frente na história do INOV, Flávia reflete que, para se manter no caminho proposto e sonhado, é um exercício contínuo. “Os desafios vêm e precisamos nos equilibrar e seguir em frente. Eu vejo a comunidade amadurecendo junto com esses 10 anos, porque é uma comunidade que troca muito o tempo todo. Nos movemos nessa troca, conversamos para decidir e traçar os caminhos”, comenta Flávia.
Ela reflete que tanto nas conversas boas, quanto nas conversas difíceis, no exercício da vida de viver os desafios, de ultrapassá-los, de caminhar e continuar, é que surge um movimento bonito da comunidade que vem amadurecendo junta, o que é uma característica Waldorf, de corresponsabilizar e entender que todos fazem parte do processo.