O Instituto Cultural Brincarte iniciou 2025 com um projeto aprovado no Edital “Fazendo Arte”, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa – SECECRJ. O projeto “Cultivando talentos – oficinas de artes e práticas culturais”, está sendo realizado neste primeiro semestre já com o diferencial das atividades serem oferecidas com acessibilidade. Para se adaptarem a todas as necessidades de acessibilidade nas oficinas, foi contratada a neuropsicopedagoga Tamires Gadelha, que promoveu com os oficineiros e educadores uma sensibilização comunicacional e atitudinal inclusiva. Monalisa Couto, gestora do Instituto Brincarte, diz que essa formação em acessibilidade já vinha sendo buscada pela equipe e foi o momento de realmente se qualificarem ainda mais com uma profissional. As oficinas foram divulgadas nas APAEs, CRAS e secretarias da prefeitura de Paraty, criando também um relacionamento mais direto do Instituto com esses órgãos públicos.
Nesse projeto foram realizadas oficinas de Música e Tecnologia, trazendo informação desse universo musical, DJs, Inteligência Artificial; Musicalização Infantil; Gastronomia Criativa para Mulheres, visando a geração de renda com PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais); Máscaras de papel machê; Artes e Natureza, incluindo o plantio e a bioconstrução com ludicidade; Dança Contemporânea para crianças. Muitas delas já foram realizadas, umas estão acontecendo e outras serão realizadas até o fim de abril de 2025.


Monalisa conta que as três horas de formação em acessibilidade também suscitaram muitas dúvidas nos educadores, que puderam ser respondidas trazendo mais segurança para as questões da inclusão nas atividades do Instituto. Inclusive com uma adaptação bem significativa como a construção de uma rampa de acesso na entrada lateral da Casa João de Barro. Outro ponto importante levantado por Monalisa diz respeito à aproximação da gestora com as instâncias e órgãos públicos de Paraty citados acima. Apesar do Instituto ter 10 anos de atividades em Paraty, esse contato direto com os órgãos públicos possibilitou mais visibilidade e consciência de suas atividades, que podem gerar futuras parcerias. Ela comenta que “foi um caminho legal que aconteceu nesse semestre (…) e que aos pouquinhos vamos conquistando esses territórios”.

Uma parceria firmada com a Secretaria de Educação, fruto dessa aproximação, será a participação de crianças da Escola Municipal Pequenina Calixto/Condado na oficina “Uma ciranda de máscaras”. Nela, será apresentada a técnica de papel machê com a construção das máscaras integradas à cultura paratiense, que é muito forte em cortejos, máscaras e bonecões. Apesar da história do Instituto Brincarte em Paraty, de ser um Ponto de Cultura e das atividades arte-educativas que desenvolve há anos, a formalização de parcerias com instituições públicas não é simples. São processo burocráticos que precisam ser vencidos, mas que valem a pena e trazem oportunidades, como conta Monalisa. Uma delas diz respeito exatamente aos trâmites burocráticos de artistas, grupos e arte-educadores para a contratação por órgãos públicos de Paraty. Aí entra a expertise e as condições administrativas do Instituto, que pode ser um elo entre essas partes.



O fomento da Saúva para a Casa João de Barro, neste ano, está direcionado totalmente para as cinco bolsas integrais oferecidas pela escola infantil. Algumas delas foram divididas em duas bolsas de meio-período, o que é uma boa flexibilização para atender as demandas das famílias, segundo Monalisa. A escola está atendendo um número menor de crianças neste ano, em comparação com anos anteriores. Essa diminuição é fruto da própria dinâmica do ensino infantil, quando as crianças vão para o ensino fundamental e também por dificuldades financeiras das famílias, quando não podem pagar uma escola particular e optam, a contragosto, pelo ensino público.
O título de Utilidade Pública e a participação na Rede Cultura Viva, como um Ponto de Cultura, trazem benefícios e subvenções que contribuem com o equilíbrio das contas, e o atendimento para famílias em situação de vulnerabilidade social. Monalisa diz que as matrículas ficam abertas o ano inteiro, porque na educação infantil há essa demanda: a qualquer momento as famílias podem decidir levar a filha ou filho para a escolinha, por diversas razões.

Atualmente, o Instituto Brincarte está inaugurando uma nova filial em São José dos Campos/SP. Essa expansão busca abrir oportunidades de financiamento e público no estado de São Paulo, que possui uma boa estrutura organizacional e de editais em sua área de atuação. Mas as ações do Instituto e Casa João de Barro em Paraty seguem firmes em busca de novas parcerias e formas de financiamento, como a Secretaria de Educação. Monalisa complementa dizendo que o projeto “Cultivando Talentos” os impulsionou e abriu caminhos para essas parcerias. O Instituto segue com seus propósitos, com as atuais e futuras possibilidades de projetos socioculturais, parcerias e intermediações com artistas e educadores e também na educação infantil, que promovam o desenvolvimento humano, tanto para crianças quanto para jovens.
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