Jongo Mamulengo é uma celebração à ancestralidade. Foi criado em 2016, através de uma parceria entre o Coletivo Bonobando, o Jongo da Serrinha e o Cordão do Boitatá. Em cena estão o jongo, o samba e o mamulengo, patrimônios culturais brasileiros seculares.
A dramaturgia percorre diversas histórias da presença do jongo na favela da Serrinha e sua relação com a fundação da escola de samba G.R.E.S. Império Serrano, em 1947. As personagens são pessoas ilustres que viveram entre nós. Elas se encantam em bonecos de mamulengos feitos especialmente pelo mestre mamulengueiro Zé Lopes, da Zona da Mata pernambucana.

A peça de teatro é também um brinquedo, uma brincadeira. A prática da brincadeira dá sentido às expressões populares no Brasil. A compreensão e o reconhecimento da importância da brincadeira têm muito a contribuir para a criação artística e suas políticas, éticas e escolhas estéticas. A brincadeira implica relações específicas, diversidade de modos de vida e atitudes coletivas de solidariedade.
O brinquedo é fluido e feito para ser apresentado em múltiplos espaços. Atrizes e atores brincam com os bonecos se escondendo e se revelando em jogos com a empanada. A música é tocada ao vivo por uma banda formada por mulheres, com cavaquinho, violão, flauta, tambores e canto. Elas tocam e cantam jongos do cancioneiro da Rede do Jongo e do Caxambu do Sudeste e sambas clássicos da tradição imperiana. Mamulengos, tocadoras e brincadores brincam, cantam, tocam, dançam e festejam.

Essa brincadeira é dedicada às amigas e aos amigos que se encantaram deixando muitas saudades. Nossos respeitos, profundo agradecimento, amor e axé à Tia Maria do Jongo, à Luiza Marmello e ao Mestre Zé Lopes.