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Chico Buarque e Emicida se unem em “Senzala e Favela”, single do álbum homônimo que homenageia “Das Neves”

Matéria publicada em 31 de março de 2023.

O selo FundiSom, selo musical independente da Fundição Progresso, lança hoje (31/03) com exclusividade o single “Senzala e Favela”, (www.open.spotify.com/album/14naKCcKmyA7US7blpDUzG). A canção gravada por Chico Buarque e Emicida é homônima do álbum que é uma homenagem a Wilson das Neves e que terá seu show de lançamento no próximo dia 9 de maio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com o apoio da Associação Cultural Saúva. Com produção executiva de Alexandre Segundo, e várias parcerias de “das Neves” com Paulo César Pinheiro, o disco trará 18 canções, 13 inéditas, compostas, arranjadas e interpretadas pela nata da música popular brasileira. A produção musical é de Alexandre Kassin e de Jorge Helder. O single estará disponível em todas as plataformas digitais e conta com a parceria da Atabaque.

A história do álbum “Senzala e Favela” começou a nascer há seis anos pelas mãos deste que é considerado um dos mais importantes bateristas da música brasileira. “Das Neves”, como era chamado por muitos amigos, morreu dois dias antes de entrar em estúdio para gravar esse que viria a ser provavelmente seu último álbum. Coube à Emicida e a Chico Buarque, dois parceiros e amigos, a gravação do single da música que dá nome ao projeto.

A amizade entre Emicida e Das Neves é retratada em diversos shows e canções

A canção, como o nome já antecipa, trata da história da participação do negro na construção do Brasil, marcada pelo racismo e pela desigualdade que perduram até os dias de hoje. A música mistura samples e beats e as vozes de Chico e Emicida a uma sonoridade bastante tradicional do samba. Os sons marcados do surdo, agogô e cuíca se somam a palavras como separação, escravidão, apartheid, desagregação, miséria, aflição, mazela e abolição. E essa sobreposição nos remete à atemporalidade e à permanência da exclusão e das disparidades. Se a leveza e mesmo a malandragem são marcas registradas destacadas por muitos dos parceiros de Wilson das Neves, aqui o que vemos é uma mensagem direta, pungente e sem concessões contra a força ainda tão presente do racismo.

“Eu ainda olho o telefone achando que o Seu Wilson vai me ligar”, lembra Emicida. “Eu aprendi muito com ele, como o ensinamento de que ‘um cigarro é fácil de quebrar, um maço já é mais difícil, mantenham-se juntos’. Então estar nesse disco é uma maneira de dizer o nosso obrigado a esse grande mestre e mostrar que nos mantivemos juntos”, conclui.

Quem Tem Um Amigo (Tem Tudo)”, do álbum Amarelo de Emicida, enaltece a beleza que é ter alguém com quem contar, além de ser uma homenagem ao sambista Wilson das Neves (1936 – 2017) 

Gestor do selo Fundisom, idealizador e diretor do projeto SeF, Alexandre Segundo lembra que, inicialmente, “Senzala e Favela” seria gravada por Chico Buarque e pelo próprio Wilson (que o escolheu, sabendo que se tratava de uma canção de mensagem extremamente forte). “Era o que ele tinha a dizer, mas que infelizmente não teve tempo para falar, no lugar que era dele, o palco”, destaca. Emicida já havia recebido pelos Correios uma fita cassete enviada por Neves que continha a melodia da música. Quando Wilson se foi, tanto pela mensagem quanto pela amizade existente entre os dois, sua escolha foi natural.

O lançamento de Senzala e Favela ocorre junto ao lançamento do FundiSom, selo musical independente da Fundição Progresso que visa impulsionar projetos e novidades que fluem livremente no cenário artístico do Rio de Janeiro. O selo pretende atuar no registro ao vivo de shows, lançar coletâneas anuais dos melhores momentos e preservar sua memória musical. O primeiro trabalho desenvolvido pelo selo foi o projeto #estudeofunk, programa de aceleração artística voltado para talentos do funk carioca e que está lançando mais de 100 fonogramas nas plataformas digitais, além de videoclipes como parte da entrega artística do projeto que conta com a participação de 150 artistas.

A longa amizade e parceria entre Chico e Das Neves rendeu as canções “Samba para João” e “Grande Hotel”

“A canção ‘Senzala e Favela’ nos traz Chico Buarque e Emicida colocando farol em questões da nossa história que precisam ser tocadas. É marcante realizar nossa estréia com essa homenagem feita por artistas que, assim como Wilson das Neves, são fundamentos da música brasileira”, afirma Cris Nogueira, co-fundadora do selo. “E, aliás, a primeira gravação realizada na Fundição Progresso, ainda em ruínas, em 1989, foi de um show de Chico Buarque, com ‘das Neves’ na bateria. E 24 anos depois somos um novo ‘palco’, agora digital e sem fronteiras mas com a missão de levar nossa mensagem para mais e mais pessoas”, conclui.

O projeto foi viabilizado pelo apoio da Saúva Jataí. “A Saúva é uma instituição sem fins lucrativos que estimula projetos educacionais, culturais, artísticos e agroecologia”, explica Leandro Almeida, fundador da Saúva. “Senzala e Favela é um desejo antigo de realização por parte de seus fundadores, resgata a história de Wilson das Neves, traz para o consciente da nossa comunidade esse trabalho tão rico sobre o samba e sobra e história do samba no brasil. Todas essas conexões e objetivos são totalmente alinhados com nossos interesses, conclui.

O show de lançamento do álbum ocorrerá dia 9 de maio, às 19h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a banda que acompanhava Das Neves e vários intérpretes que participaram do álbum, como Áurea Martins, Moyseis Marques, Vidal Assis, Marcelo D2, Roberta Sá, entre outros.

Para saber mais sobre o projeto e os próximos lançamentos: https://www.fundicaoprogresso.com.br/imprensa

Sobre o FundiSom:

A Fundição Progresso atua há mais de 20 anos no cenário cultural carioca e faz parte da história da cidade do Rio de Janeiro e da vida de diversos artistas e de seus públicos. Realiza projetos e inúmeras residências artísticas em seus espaços. O FundiSom é um selo musical independente que nasce com a proposta de registrar e lançar esses momentos, de trabalhar artistas parceiros e residentes, de forma a impulsionar o enorme ecossistema cultural da própria Fundição. (https://www.fundicaoprogresso.com.br/)

Sobre a Saúva e a Jataí:

A Saúva é uma Associação Cultural sem fins lucrativos, que foi criada para servir a uma rede de pessoas que já assumiram essa postura. Ela atua como veículo financeiro e apoio logístico junto a diversas iniciativas nas áreas de educação, cultura, meio ambiente, saúde, tecnologia, economia circular e direitos humanos, tais como Escola Comunitária Cirandas, Instituto Ouro Verde – INOV, Rede Muda-Outras Economias, projetos locais de produção alimentar e agroecologia, dentre outros. A Jataí foi criada com os mesmos propósitos, como uma ferramenta financeira com fins lucrativos, que permite viabilizar a atuação e a circulação de recursos através da Saúva. Atualmente, a Jataí oferece serviços de gestão patrimonial exclusiva e do fundo de previdência Futuro Jataí de maneira aberta, sem barreiras de custo ou volume. Além disso, a Jataí vem tecendo parcerias com as empresas Fundição Progresso, Editora e Selo musical FundiSom, dentre outros.

Sobre a Atabaque:

A Atabaque é uma agência premium de marketing musical de aceleração de artistas e projetos musicais. Desde a sua fundação, a Atabaque já acelerou mais de 40 artistas e projetos musicais, atingiu 3 bilhões de streams e movimentou mais de seis milhões de reais. Fazemos negócios através da música. Somos um hub de relacionamento, em que conectamos os diferentes stakeholders da indústria musical, e um hub de tecnologia, desenvolvendo tecnologias prioritárias para desburocratização dos negócios.

Em colaboração com Renata Rodrigues do Selo FundiSom

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