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Arte na Terra realiza o curso Semeando Educadores Ambientais na Fazenda São Luiz, em São Joaquim da Barra

Entre 1 e 3 de abril, o projeto Arte na Terra realizou o curso “Semeando Educadores Ambientais” na fazenda São Luiz, em São Joaquim da Barra/ SP. Esta edição do curso de formação teve 25 participantes, sendo 12 educadores/facilitadores. De acordo com Denise Amador (Potô), coordenadora do Arte na Terra junto com Rodrigo Junqueira, o curso teve como conteúdos principais a Agrofloresta, Plantas Medicinais e Meliponas (abelhas nativas).

O curso foi bastante intensivo ,com espaço para a teoria e a prática ambiental

Práticas que reconectam

No primeiro dia da formação, o curso promoveu uma dinâmica de acolhimento, bem profunda, chamada “o rio de minha vida”, para que os participantes se conhecessem através de uma criação artística, desenhando um rio que represente sua vida e que os fizeram chegar até aquele momento. “É uma forma de contar um pouco de cada história. (…) quebra muito o gelo, porque as pessoas não se conhecem mas já sabem de onde vieram, com quem se relacionam… “, explica Denise.

No segundo dia de curso, 02/04, o trabalho da manhã, com Denise e Rodrigo, foi direcionado para a prática: agrofloresta, horta, poda, plantio e preparação da terra. Mais adiante, os participantes são convidados a realizar reflexões filosóficas, pensar seus papéis no mundo e sobre a agrofloresta em uma área já consolidada.

À tarde, os educadores trabalharam com as melíponas (abelhas nativas Jataí, Mirim e Plebéia): foi ensinada e realizada a transferência das abelhas para uma caixa isca pelo Tiago Juan . Depois, veio a parte das plantas medicinais com dança e teatro, conduzida por Ulisses Alexandre e Ana Ferreira do Grupo Uirá Mirim, onde as pessoas se expressaram com exercícios teatrais de muita entrega.

As abelhas nativas, além de não terem ferrão, produzem um mel com consistência, aroma, coloração e sabor únicos.

Uma parte do curso foi dedicada à exibição de um vídeo do professor Marcos Sorrentino, que trouxe uma pauta política, do momento e dos processos educadores nesse universo. E finalizaram com uma grande confraternização, compartilhando as sensações e avaliações dos processos.

Aprendizado sequencial

No último dia, os participantes foram conduzidos pela equipe do Arte na Terra ( Anayra Giaconelli, Gustavo Barros e Gabriela Modenute) por uma trilha, onde experimentaram um aprendizado sequencial, que é “o planejamento de um processo pedagógico com uma sequência de atividades onde a primeira atividade esteja dirigida a estimular as pessoas, a dar ânimo; a segunda atividade é para focar numa observação, pra trazer uma atenção ao que queremos trabalhar; a terceira atividade é de uma experiência profunda em si, seja um plantio ou uma atividade de sensibilização com a natureza, e à partir dessa interação cria-se alguma poesia, cena ou desenho; a quarta atividade é compartilhar o que vivenciaram e aprenderam”, conta Denise.

As atividades lúdicas com dança e teatro sempre estão presentes nas atividades da Fazenda São Luiz

Rodrigo Junqueira acrescenta que o objetivo principal do curso e do Arte na Terra é reconectar as pessoas com a natureza, vivenciar esse contato com a natureza, tomar banho de cachoeira, andar nas trilhas e fazer essa reconexão. O projeto é um pólo formador de educadores ambientais que muitas vezes permanecem na fazenda por anos, fazem parte da equipe e depois seguem seu caminho.

“O curso é destinado para qualquer pessoa que tenha interesse nessa área, que tenha interesse em conhecer a educação, a educação ambiental mas, geralmente, recebemos muitos grupos de universitários ligados à Biologia, Geografia e Licenciaturas. E também pessoas mais velhas e autônomas, que têm seu próprio trabalho e querem vivenciar esse contato com a natureza e conhecer a fazenda”Rodrigo Junqueira

O curso teve um valor bem acessível para o público (R$ 360,00 com estadia e alimentação inclusas) porque essa foi sempre a perspectiva dos coordenadores, de fazer as coisas de maneira democratizada e não elitizada. “Com isso vêm estudantes e viabilizamos mesmo essa troca de conhecimentos, que essa oportunidade chegue pras pessoas. Então é uma questão importante para nós: viabilizar o acesso do público e remunerar bem as pessoas que trabalham, como educadores e cozinheiras”, conclui Denise.

O projeto Arte na Terra, coordenado por Denise Amador e Rodrigo Junqueira, completa 20 anos de encontros e práticas ambientais, em 2022. Para seus idealizadores, é uma data importante, são três setênios dedicados a formar educadores ambientais que, muitas vezes, criam vínculos com o projeto e transmitem esses conhecimentos para outras pessoas.

“Cheguei semente

Saio muda

Força que se sente

Solo que nos cuida”

Angélica – participante do curso Semeando Educadores Ambientais

Confiram no link o video do professor Marcos Sorrentino:

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