Na coluna desta semana, de Dudude Herman, três questões puxam um fio de afeto para nosso ser, estar e agir no planeta.
A terra é grande, é pequena e também pode ser imensa.
A pele da terra é diversa, tem muita gente de infinitos tipos e cores, e jeitos, e maneiras. Em se tratando que tudo é gente, certamente. Dersu Uzala, um filme de Kurosawa, me alembrou que precisava lembrar o que apenas sentia.
Apercebi, TUDO É GENTE!
A começar por seres quase invisíveis, como vírus, bactérias, micróbios, insetos de tamanhos variados, de desenhos impressionantemente curiosos, cada qual com sua devida e preciosa distinção e importâncias. Ah! As importâncias, tudo é importante e faz parte desta costura da vida, assim eu acho.
Atenta para a quantidade quase impossível de mensurar em números, tamanhos, e lugares em que habitam e se proliferam. Gentes como calango, tartarugas, estrelas do mar, peixes multicolores, baleias, tigres, cobras, águias, girafas, onças, tamanduás, papagaios, passarinhos, tatus, elefantes, siriemas, macacos, zebras, cavalos, galinhas, formigas, gatos, aranhas, borboletas, caracóis, lagartas e lagartos, cachorros, outros tantos, uma boa parte não conheço e não conhecerei, como a infinitude de livros, não conseguirei nesta vida ler muitos que gostaria, pois o tempo continua a passar e para degustar cada coisa precisamos ter TEMPO e CALMA. Por fim, este mundão de gentes, e nós, humanos, caminhamos nesta imensidão mundo de gentes e outras muitas gentes.
A vida perpassa entre todos, viventes deste habitat, e a espécie em que estou inserida, com intelecto diferenciado, mas esquecidos desses muitos outros seres que respiram, bebem água, trocam oxigênio e muitos etc etc se fazem na sequência. É fato, todos nós respiramos, o planeta respira, o planeta move sua pele, se renova, sua geografia está sempre em movimento.
A vida é pulso, é ritmo, é movimento e pode ser linda, isso é uma questão!
Acredito percebendo, e percebendo vou tomando algumas certezas de que não estamos muito bem. Algo atravessa nossos corpos de gentes bípedes trazendo notícias em uma velocidade quântica sobre tudo, tudo mesmo.
MICRO X MACRO
Águas do mundo, por exemplo.
Onde anda o afeto em nós?
Amor puro em nós?
Onde?
Assim, vou olhando ao redor e percebendo o que me chega, pelos olhos que olham, pela pele que respira, pelos ouvidos que escutam, será que estes ouvidos ouvem mesmo? Pela boca que emite discursos e come um pouco de tudo, carnes, mares, ar, ventos, águas, plantas e segue… Até parece inesgotável esta terra, planeta pertencente ao Sistema solar e por aí vamos… Até quando?
A terra, quanto tempo tem em sua duração permanente?
A terra, quando ela faz aniversário?
Aparecemos aqui e seguimos os modos operantes de existir…
Atempo no tempo a vida vai.
Até que um belo dia, seja chuvoso, nublado ou ensolarado, meu olho abre, meus ouvidos alargam e percebem, meu coração emudece e olho ao redor …
Avisto as coisas, o movimento, e urge no âmago de mim…
A questão imponderável da urgência do desapego desses modos de existir bate em minha porta corpo.
Agora é sempre a hora! Com coragem para olhar, com olhos expandidos que todos com raríssimas exceções precisaremos e precisamos mudar nossos pontos de vista, nossos jeitos de residir nesse lugar. Consumimos demais e esburacamos demais.
Além de sermos em maior número, somos bilhões de nós morando por aqui, e os outros seres só encolhem, desparecem…
Ameaçados escancaradamente.
Isto está na minha frente!
Atrás de mim
Ao meu lado.
Aqui debaixo de mim.
Ao redor de todos, todos mesmo!
Assim, olho ao redor e só desejo, desejo do fundo de mim que essa tal HUMANIDADE acorde.
Amém, amém, amém, amém, amém, amém, amém, amém, amém, amém, amém.
Assim é!