Montar uma barraca no Mercado dos Produtores Rurais de Paraty é mais uma ação da Rede Alegrias para difundir sua moeda social e facilitar o acesso das pessoas à plataforma (www.alegrias.org) de comércio de produtos e serviços. Mônica Calderón, uma das gestoras da rede, que começou com uma moeda social complementar e hoje caminha rumo à criação do Banco Comunitário para Paraty, conta que a rede conseguiu uma parceria com a Secretaria de Agricultura e entrou no Mercado do Produtor Rural da Agricultura Familiar de Paraty. “Nós ganhamos uma barraca, que funciona uma vez por mês nesse Mercado, e estamos indo lá há dois meses. No primeiro mês, fizemos uma apresentação da Rede Alegrias e um cadastramento dos produtores rurais dentro da Rede”. O processo é difícil: levar a ideia da moeda social para a rua é complexo, reflete Mônica. Para chegar na ponta, a Rede Alegrias precisa fazer com que as pessoas entendam a importância da circulação de uma moeda e de uma economia alternativa. Entretanto, os primeiros passos já estão dados.
Funcionamento
Os produtos oferecidos na barraca só podem ser adquiridos em Alegrias, moeda social da Rede, e essa foi uma decisão tomada em consenso com a organização do Mercado. Calderón conta que isso trabalha a favor da missão de difundir a moeda social e, para amplificar o entendimento desse sistema alternativo, a Rede levou computadores para as pessoas entrarem na plataforma Alegrias e fazerem compras ali mesmo. Assim, eles conseguem ampliar e facilitar o acesso dos produtores rurais à plataforma da Rede Alegrias.
Muitos produtores e comerciantes tem dificuldades no acesso à internet e a barraquinha com computadores, além dos produtos, facilita este acesso. “Está sendo bem legal poder facilitar esse processo, que era um desafio que tínhamos na rede: que esses produtores pudessem transacionar com moedas sociais e não estavam tendo como fazer isso. É mais uma experiência positiva”, comemora Mônica.
Aprendizado de mão dupla
Nesse processo, a aprendizagem é conjunta: para a comunidade da Rede, levar a moeda social de forma mais prática para a rua; e para a população, acessar uma alternativa à moeda convencional ali no mercado público. Todo este trabalho tem de ser realizado em parceria com o poder público e com a população: “continuaremos fazendo as chamadas públicas para o Banco Comunitário, para ver as pessoas interessadas, conhecê-las um pouco e ir entendendo esse movimento no município. Como podemos apoiar esse processo, como rede, pra que ele seja comunitário e não vertical… Nossa ideia é de sermos facilitadores desse processo mas de forma horizontal”, conclui Mônica Calderón.