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Arte na Terra encerra o ano de 2024 com muitas sementes plantadas de educação ambiental e regeneração com a natureza

Matéria publicada em 20 de janeiro de 2024.

Em 2024, o Arte na Terra passou por transformações que estão contribuindo com os objetivos do projeto sediado na Fazenda São Luiz, em São Joaquim da Barra/SP. Desde 2002, oferece um espaço educador com equipe multidisciplinar e experiências agroflorestais associados a uma estrutura histórica e à conservação de ambientes naturais. Seu legado é a regeneração do ambiente, gerando abundância e riqueza através da agricultura agroflorestal com tecnologias e sistemas realmente sustentáveis, social e ambientalmente. Junto desses valores, buscam ser economicamente viáveis, socialmente justos e culturalmente adaptados. Com Denise Amador e Rodrigo Junqueira à frente das ações desde 1997, em 2023 foi a vez de Anayra Giacomelli assumir a coordenação geral das atividades na fazenda, que continua com a participação ativa dos fundadores à distância e presencialmente. O ano foi marcado por estágios agrícolas para escolas Waldorf, formação de educadores, encontros de monitores, visitas guiadas para grupos escolares e grupos diversos, e a imersão do Arte na Terra que contou com a participação de  iniciativas da Rede Saúva Jataí.

Denise Amador avalia que foi um bom ano a partir das análises do número de grupos e eventos que passaram pela fazenda e sinaliza a intenção de ampliar o marketing para outras escolas e buscar editais e verbas direcionados para o projeto. Anayra Giacomelli participou do curso de finanças da Escola de Outras Economias e se motivou com a possibilidade de se dedicar ainda mais às planilhas administrativo-financeiras, a fim de equalizar as entradas e saídas de recursos que, segundo Denise, “são bem justinhos”.

Outra linha de ação atual tem sido o trabalho realizado juntamente com o historiador Amilton Forcineti, que fez uma pesquisa histórica mais aprofundada sobre as origens centenárias da fazenda: ele desenvolveu os textos que estão no Centro de Memória da Fazenda São Luiz. A ideia de Denise é que esse estudo prossiga contando mais histórias da fazenda (e da região), inclusive as histórias não contadas, e submeter esse projeto ao PROAC do Fundo de Cultura do Estado de São Paulo. “É uma oportunidade de trazer, naquela região, a história convencional, mas também o ponto de vista dos trabalhadores, dos escravizados, dos indígenas que estavam lá antes. (…) É importante até para as escolas como uma provocação sobre qual história estamos contando”, conta Denise. Outra proposta de Rodrigo Junqueira é correlacionar a constituição da fazenda em 1922 com o que estava acontecendo no Brasil, como a Semana de Arte Moderna, e no mundo, mas não na Europa, e sim na África e América Latina.Essa ação e outras realizadas este ano como a confecção de mapas e placas da fazenda indicando os espaços e trilhas onde os visitantes transitam, refletem numa melhor equipagem dos espaços educadores da Fazenda São Luiz.

Balanço de 2024

Segundo Denise, o ano apresentou uma melhora em relação aos números de 2023 e vem num crescente pós-pandemia. No ano passado foram realizados sete Estágios Agrícolas de escolas Waldorf da cidade de São Paulo, Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto e o Instituto Ouro Verde de Minas Gerais; cinco grupos do SESC com participantes bem diversos; um Dia Aberto à população em geral; visitas de três escolas que pernoitam na fazenda; várias escolas que passam o dia, no chamado Dia de Campo; visitas de Escolas Técnicas, Institutos Federais e Centro espírita; curso de Cogumelos; e a Imersão de Arte na Terra com diversos artistas convidados como a turma da Rede Muda e de outras iniciativas da Rede Saúva Jataí.

Planos para 2025

Os objetivos para este ano são de continuar investindo em marketing e na captação de recursos através de editais e fundos do PROAC, tanto de história quanto de cultura. As verbas públicas podem contribuir para um antigo sonho do projeto de realizar os mesmos eventos e estágios, mas com escolas públicas dos municípios vizinhos. Denise conta que a região de Ribeirão Preto é carente de uma programação cultural mais diversa, ficando refém da cultura do sertanejo e dos rodeios, e que a fazenda pode ser um polo de irradiação cultural como aconteceu na Imersão Arte na Terra. Nessa oportunidade, fizeram um fim de tarde aberto à população da região que pôde assistir às apresentações dos espetáculos de Izabel de Barros Stewart, Solo da Cana, e dos palhaços João Artigos e Fábio Freitas.

O ano já começa com duas importantes atividades: o Curso de Diversidade e cultivo de Cogumelos ministrado por Gustavo Barros Alcântara e Guilherme Mauro Aranha, nos dias 15 e 16 de fevereiro. O curso tem por objetivo encantar os participantes pelo Reino Fungi, por meio de um embasamento científico e atividades práticas que vão desde a apresentação da biologia e diversidade desses seres vivos, passando pela identificação e coleta nas trilhas de mata ciliar e agroflorestas da Fazenda São Luiz, até os ensinamentos dos processos necessários para o cultivo caseiro de cogumelos comestíveis.

Além disso, ocorrerá a Vivência Agroflorestal na Fazenda São Luiz, com Denise Amador, Rodrigo Junqueira e João Portella. A Vivência será de 20 a 24 de janeiro (segunda a sexta). Serão realizados mutirões para manejo (com podas e organização da biomassa) de uma área de 20 anos, com café e outras espécies, e o plantio de uma área nova cujo carro chefe será o café. Rodrigo Junqueira e Denise Amador, coordenadores das áreas produtivas e pedagógicas da Fazenda, orientarão os trabalhos junto à equipe da Fazenda e integrantes do Mutirão Agroflorestal.

Assista à retrospectiva do Arte na Terra em 2024 no Instagram:

https://www.instagram.com/p/DEQm8nzxCxs

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