Matéria publicada em 9 de outubro de 2024.
A Compostagem Terra Orgânica segue acompanhando as iniciativas que participam do Edital de Compostagem após o término da grade curricular, atendendo às demandas de cada central com um acompanhamento individualizado pelos seus “padrinhos”. A primeira live promovida com Cíntia Cruz, trouxe a idealizadora do projeto “Revolução dos Baldinhos”, em Florianópolis, para falar sobre sua experiência em gestão comunitária de resíduos. Agora é vez de Júlio Maestri trazer sua contribuição para o grupo numa Live que é aberta a todos da Saúva Jataí que se interessam pelo tema da Compostagem como ferramenta de educação. Júlio é arte-educador, engenheiro agrônomo, coordenador urbano do CEPAGRO, autor do livro “A Grande Invenção”, da web série @com.postagem e um dos autores do livro “Educando com a Horta”. Uma oportunidade para todos de aprofundar nessa temática que passa pela educação, agroecologia, arte, meio ambiente, resíduos orgânicos e compostagem. Não percam!
A Live será transmitida pelo Google Meet no dia 14 de outubro, às 18h, através do link: http://meet.google.com/ofb-qxas-zut.
Júlio Maestri trabalha há mais de 20 anos com compostagem e agricultura urbana, seu direcionamento é através da educação ambiental. Seu livro “Educando com a Horta” é muito utilizado pela equipe do Terra Orgânica e foi disponibilizado para as iniciativas que participam do Edital. Sua metodologia, apresentada no livro, propõe a união do calendário escolar ao calendário agrícola: nos três primeiros meses fazer a compostagem; nos outros três preparar o solo; nos próximos três fazer o plantio; e por fim a colheita.
Júlio também é coordenador da CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo, além de produzir uma série de vídeos apresentados pelo personagem “Joãozinho Bactéria” que são postados no perfil: https://www.instagram.com/com.postagem/.
Seu outro livro “A Grande Invenção” retrata a história da compostagem de maneira mais lúdica para as crianças da primeira infância aos 12 anos. Edson Prado, integrante do Laboratório Terra Orgânica, conta que Júlio desenvolve uma Central de Compostagem Comunitária em Vila Aparecida, Florianópolis/SC, onde aplica um método de compostagem em caixas d’água. “Assim fica muito mais fácil porque as crianças são convidadas para pintar as caixas d’água. É mais fácil educar essas crianças para que elas cresçam com a ideia da compostagem feita, com crianças mais velhas já tem uma dificuldade com o cheiro ou uma aparência ruim”, afirma Edson.
Edson comenta que, para as iniciativas da Saúva Jataí, talvez seja a palestra mais atraente por trabalhar a educação ambiental da primeira infância à pré-adolescência. Segundo ele, “ouvindo e conhecendo seu trabalho, todos poderão acessar as informações que estão em seus livros e trabalha-las na grade curricular”.
A ludicidade como ferramenta para a educação ambiental
No livro de Júlio Maestri têm algumas experiências que o Terra Orgânica já realizou em escolas como a compostagem em garrafas PET. Edson explica que a montagem é feita nessa ordem: grama na primeira camada; a segunda camada com serragem; o inoculante (microorganismos de diversas espécies) vem depois, a quarta camada com o resíduo orgânico; novamente o inoculante e a serragem; e por fim a grama. “As crianças fazem os seus e deixam na sala de aula. Diariamente eles veem a mudança desse resíduo, que é muito rápida. Eles fazem dentro de sala numa proporção menor e quando jogam um resíduo num baldinho depois da merenda, eles sabem que o resíduo está indo para uma leira como foi feito na sala de aula”, conta. Essa prática estimula as crianças a criarem uma relação com as bactérias e fazem questão de levar os resíduos até o local de recolhimento porque sabem que aquilo vai gerar um adubo e a terra preta para seus jardins escolares.
No Mutirão de Coleta número 200 do Laboratório Terra Orgânica (confira no link abaixo), os gestores ficaram surpresos com a quantidade, não esperada, de mais crianças que adultos. Como a atividade havia sido planejada para adultos, tiveram que se adaptar rapidamente e pediram ao Régis Furquim, composteiro e educador do Terra Orgânica, para desenvolver atividades lúdicas com as crianças. “Foi impressionante o que uma criança falou quando reviramos uma leira e subiu um vapor dágua. Ele disse: ‘Tú sabes o que é essa fumacinha? Quando corremos nós suamos muito e ficamos quentes, quando as bactérias se mexem muito, elas ficam quentes e sai essa fumacinha. É isso que faz o resíduo sumir’”, conta Edson admirado. Isso também mostra como as crianças podem ser importantes no processo de conscientização de adultos, como seus pais, por exemplo, que se surpreenderam também. “É muito mais fácil os pais adentrarem nessa cultura quando os filhos já estão praticando”, conclui.