Topo

Intercâmbio da ONG Educar+ e Escola Cirandas promove trocas de experiências e conhecimentos na educação de crianças e jovens

Matéria publicada em 9 de outubro de 2024.

Os encontros presenciais no Rio de Janeiro e os encontros virtuais No Coreto têm reverberado positivamente nas trocas das riquezas produzidas nas iniciativas que compõem a Saúva e a Jataí. Alguns exemplos podem ser citados como o Edital da Compostagem Terra Orgânica, Imersão no Arte na Terra e as visitas às iniciativas agroecológicas de Minas Gerais, que conectam, interagem e trocam conhecimentos importantes. O potencial desse intercâmbio tem sido incrementado pelos encontros presenciais. Um desses encontros que gerou frutos e parcerias foi entre a ONG Educar+ e a Escola Comunitária Cirandas, que começou em 2023 e foi ampliado a partir do encontro presencial de 2024 na Fundição Progresso. A curiosidade e o desejo de conhecer as iniciativas com mais profundidade e proximidade foi o que moveu Tainá Brito (gestora da ONG Educar+) e Carolina Fonseca (Coordenadora Pedagógica da Escola Cirandas) para promover esse intercâmbio. A oportunidade de ver de perto como é feito o trabalho na escola e na ONG trouxeram conhecimentos importantes para ambas: em gestão, brincadeiras e ludicidade, equipe e superação de desafios nas adversidades.

O primeiro encontro entre elas ocorreu logo no Encontro Presencial 2023 da Rede, quando Carol Santos e Tainá Brito foram conhecer de perto a Escola Cirandas. O objetivo foi aprender e entender melhor os seus processos educacionais na gestão da escola, gestão financeira e coordenação pedagógica. Depois de trazerem o que aprenderam para a ONG, sentiram a necessidade de levar as educadoras do projeto para terem essa mesma experiência. “Agradeço a Saúva por proporcionar esses encontros, porque me transformou mesmo e mudou um pouco o meu olhar. Quando voltei para Paraty trouxe alguns questionamentos, um outro olhar para a equipe pensar outras formas de atuação”, conta Carolina. “É uma reverberação do encontro presencial. É diferente acompanhar on-line e estar no presencial, podendo trocar experiências, contar um pouco do seu trabalho, conhecer outros trabalhos e, de repente, ver onde elas podem se conectar e se ajudar”, complementa Tainá.

Apesar de estarem em realidades sociais distintas, as experiências das duas iniciativas se mostraram complementares. Carolina Fonseca conta que se sentiu muito acolhida, “com uma sensação como se estivesse em casa e todos lá também falam isso. Vi o quanto esse projeto é necessário, não só naquela comunidade, mas no mundo. É um projeto de transformação não somente social, mas transformação da vida. Fiquei apaixonada pelo trabalho delas”. Já Tainá Brito fala que se encantou com o modelo de governança adotado na escola Cirandas e “como as crianças são livres para brincar, são realmente crianças, e como as famílias participam ativamente das questões da escola”.

“Nas rodas de conversa por temas no encontro, nos sentimos uma caixinha fora do lugar porque nossas crianças não têm várias coisas que as crianças da escola têm”, comenta Tainá. Também fala sobre a qualidade do modelo de gestão participativa da Escola Cirandas e da participação das professoras e professores em todo o processo de gestão e pedagógico. E que pretendem levar esse modelo para a ONG. “Queremos inspirar os professores para que eles pensem em novos projetos para alcançar esses objetivos”, explica Tainá. Ela continua dizendo que as professoras voltaram muito inspiradas não só pelas questões de sala de aula, mas na governança e na participação mais ativa nas decisões. Tudo isso tem reverberado positivamente na ONG com a implementação de novas rotinas e reestruturação de projetos.

Carolina Fonseca fala da importância do encontro presencial na Fundição Progresso, de como houve uma sensibilidade na escuta para a avaliação do primeiro encontro e no planejamento do segundo a partir desse feedback. E está programando uma volta à Educar+ para ministrar uma oficina para as crianças e que essas trocas possam continuar. “Elas vieram para aprender conosco, mas nós tínhamos muito a aprender com elas também. Então proporcionei um espaço na coordenação pedagógica, onde estão as professoras e professores, para que elas falassem sobre o projeto e foi um momento muito rico para nós”, conta Carol. Esse movimento também estimulou mais trocas com as equipes da Escola Quintal Mágico e do Instituto Ouro Verde, para que possam contribuir com sua experiência pedagógica e em gestão compartilhada. Um exemplo é o Guia da Família apresentado pela equipe do INOV, que não existia na Escola Cirandas e serviu de inspiração.

“Hoje em dia as crianças não sabem o que é brincar na rua e ficam o tempo todo no celular. Não têm oportunidade de se desenvolver nas brincadeiras, que são tão importantes. O que eu amei na Cirandas é o momento de brincar, onde as crianças sobem em árvores, mexem na terra, são livres mesmo. Nós temos uma brinquedoteca, mas queremos dar mais liberdade para eles brincarem em outros espaços. Saímos da Cirandas muito inspiradas e é incrível o tanto que a equipe é unida. Todos sabem o que os outros estão fazendo, todos são tratados igual. O respeito das crianças é encantador.”

Tainá Brito – gestora da ONG Educar+

“Todas elas da Educar+ são incríveis. As crianças nos recebem com uma alegria, uma vida, uma infância… Fiquei apaixonada.”

Carolina Fonseca – Coordenadora Pedagógica Escola Cirandas

“Foi uma experiência incrível e fundamental em minha formação como educadora no Educar+, retornei me sentindo inspirada e mais comprometida. Entendi aspectos sobre a estrutura da escola e também sobre a importância de crianças e jovens terem uma educação libertadora e autônoma, de forma acolhedora e respeitosa.”

Jessica Torres – Professora de Artes da Educar+

Compartilhar: