Matéria publicada em 16 de julho de 2024.
O site da Rede Alegrias e o catálogo de produtos e serviços estão de cara nova! Após muitas reuniões com a equipe gestora, foram definidas algumas diretrizes para a atualização das ferramentas digitais do site e catálogo, principalmente em relação ao fortalecimento dos laços com a comunidade Alegrias. Para isso, cada oferta no catálogo foi transformada em um perfil completo, do empreendimento e do profissional, que podem ser divulgadas para além da Rede Alegrias. Esse investimento em comunicação tem sido feito com o direcionamento das gestoras da rede e a colaboração da responsável pela área desde o início de 2024, Ana Torres, que conta mais detalhes desse processo.
O trabalho de fortalecer e aprimorar cada página desses perfis com imagens, textos e links já foi realizado e continua em processo de construção. Essas páginas podem ser utilizadas pelos profissionais como parte de seu portfólio de trabalho. A estratégia de lançamento foi orgânica, sem impulsionamentos, e direcionada a postagens em redes sociais e comunidades de WhatsApp, como um canal de novidades criado para esse fim.

Cada ideia e ação vai sendo somada a outras na construção desse processo que é bem difícil, segundo Ana. Até hoje não fizeram nenhuma postagem paga, tudo é trabalhado de maneira orgânica e os resultados dão certo algumas vezes e outras vezes não: “Queremos ver qual é a resposta real das pessoas ao que está sendo feito.”
Nesse canal são divulgadas as ações, novidades e postagens das redes sociais da Rede Alegrias. São pequenas ações que vão sendo feitas para convidar a comunidade da rede para estar junto e fortalecer esses laços, para que se sintam pertencentes àquele movimento de desenvolvimento da moeda social Alegrias.

Ana conta que o investimento em comunicação da rede “não é algo que levamos para eles e é apresentado como uma solução pronta. Mas gosto de ver a receptividade disso e como vai se desenvolvendo em termos de construção e fortalecimento da ideia de pertencimento à comunidade”. Outro ponto que une as ações é a Cozinha Solidária Agroecológica e a Feira de Empreendimentos Locais que também estão dentro do site. Os feirantes e as pessoas que participam da Cozinha Agroecológica têm sido estimulados a criar vídeos para divulgar seus trabalhos. “Tudo dentro da Rede tem sido pensado como um conjunto e não como ações separadas. A ideia é transformar essas ações num grande espaço de convivência, divulgação e venda de seus trabalhos. Trabalhar tudo isso em conjunto”, explica Ana.
Cogumelos Paraty busca valorizar as espécies nacionais e democratizar o acesso aos cogumelos comestíveis
Há quatro anos, Ana B. Torres e seu marido Michel Vorsselmans iniciaram uma produção de cogumelos caseira que, para ele, trazia lembranças de sua terra natal, a Bélgica, e para ela, despertava sua curiosidade para um mundo totalmente novo. Em 2019 surge a Cogumelos Paraty, uma iniciativa para o consumo consciente de cogumelos comestíveis em Paraty (RJ). Os objetivos são o cultivo consciente de cogumelos comestíveis para comercialização; a busca da popularização dos cogumelos como ingrediente nas mesas brasileiros; e levar um produto super fresco aos clientes.
O início da pandemia dificultou o processo de comercialização da produção, mas não impediu de iniciarem a construção de uma cadeia de clientes. Ana vende os cogumelos na Feira de Agricultura Familiar e Economia Criativa de Paraty, assim como para restaurantes da cidade. Um dos objetivos de popularização dos cogumelos é vende-los ao preço mais barato possível. “Meu objetivo é trabalhar a questão do valor, não é para ter um lucro extraordinário, é pela popularização. Faço questão de vende-los o mais barato possível. Colocamos receitas em nosso site, conversamos com as pessoas e tenho muito orgulho em falar que muitos restaurantes usam os cogumelos por conta dessa educação que vamos fazendo”, explica Ana Beatriz.



O ciclo de produção dos cogumelos é único e envolve laboratório, construção de estufas ou toras na natureza e todas as condições para se obter um selo de orgânico, por exemplo, desde a serragem, a terra, a semente, o composto e a água utilizada.

Essa produção e o cultivo tem crescido na cidade, e Ana vê um potencial muito grande de trabalharem as variedades nacionais e nativas, desse ingrediente tão rico. “Os povos indígenas tinham esse conhecimento que foi perdido pela agricultura e fungicultura tradicional. Precisamos retomar esse conhecimento, porque as variedades que consumimos são asiáticas e europeias, não são nossas verdadeiramente, e o que é nosso não estamos dando o devido valor ainda. É um trabalho longo e difícil, mas devemos investir nesse processo. Para se ter uma ideia, a fungicultura só foi reconhecida nesse mês como uma atividade que não é agricultura no estado de São Paulo”, conclui.