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Jornada da Mata inicia imersões de 2024 com oficina de expressão corporal

Matéria publicada em 9 de março de 2024.

A Jornada da Mata em 2024 está a todo vapor. A primeira imersão do ano teve início no dia 27 de abril com a oficina “Além do corpo”, ministrada por Cláudia Lacerda. Participaram 21 pessoas, sendo 13 bolsistas, 3 integrantes da MUDA e 5 germinadores (formados pela Jornada da Mata 2023), das 9h às 18 horas, e a experiência foi muito prazerosa, nas palavras da própria educadora/oficineira. “Foi incrível, o pessoal se conectou bastante. As pessoas estavam abertas, dispostas a fazer o que estávamos propondo. Foram horas muito produtivas, e percebi que o pessoal adorou, porque houve muita conexão entre eles. Procurei fazer de uma forma que eles se entrosassem mesmo, para que as pessoas que já se conheciam não formassem duplas, por exemplo, o que é natural, a busca do conhecido. Para o movimento corporal, o desconhecido é que é interessante, o novo caminho. Fiquei muito orgulhosa e feliz com o resultado”, disse Cláudia, 26 anos, que cursa Letras na UFRJ.

A germinadora Cláudia Lacerda buscou reforçar a importância do entrosamento de toda a equipe, evitando assim a formação de pequenos grupos entre pessoas que já se conheciam

A Jornada da Mata é um curso de envolvimento pessoal para jovens e adultos, coletivo e itinerante. Desde 2023, quando o projeto se iniciou no Rio, são promovidas imersões com diferentes possibilidades transformadoras no campo ambiental e social. As oficinas, que acontecem sempre em territórios diferentes, oferecem um campo seguro de troca, autoconhecimento e ferramentas para que os participantes tenham autonomia e se sintam confiantes para atuarem em suas comunidades, coletivos, grupos e famílias.

Um dos principais objetivos do projeto é o entendimento de práticas agroecológicas e as possíveis conexões para as melhores escolhas para o coletivo, trazendo ferramentas eficientes e discussões filosóficas.

Na primeira imersão, os estudantes fizeram um tour na região da pequena África, localizada na Pedra do Sal

Para Cláudia Lacerda, que foi bolsista do Jornada em 2023, a experiência como educadora e germinadora mudou a forma de se comunicar com as pessoas. “Virou uma chavinha mesmo na minha vida, com essa oportunidade que o Jornada me deu de me redescobrir, porque no início a gente nunca sabe o que vai ser, o que esperar. Estou muito realizada”, completou.

Além da imersão no eixo temático Movimento, serão realizadas outras seis vivências ao longo de 2024, fundamentadas nos seguintes pilares: Plantio Orgânico (25/05); Alimentação Consciente (Junho); Artesanato (Agosto); Outras Economias (Setembro); Comunicação (Outubro) e Espiritualidade e Autocuidado (Novembro), nas datas correspondentes aos últimos sábados do mês. Em Julho a equipe de gestão fará um encontro virtual para avaliação do andamento dos cursos.

A novidade em relação às atividades ministradas em 2023 é o pilar “Outras Economias”, que busca desenvolver um olhar diferente, enxergando a economia de uma forma mais circular e distributiva. O público das oficinas é selecionado por meio de edital próprio e também por inscrição via internet.

O Casarão Cultural João de Alabá, sede deste 1• encontro, está localizado na Saúde, região central do Rio
A oficina estimulou a procura por novos movimentos, e a prática conseguiu ótimo entrosamento entre os participantes

A bióloga gaúcha Luna Pesce, uma das realizadoras do Jornada, por meio da sua empresa Arôle Alimentação Consciente, destaca o sucesso da primeira imersão em Abril, com o apoio de instituições parceiras: “Foi ótimo o encontro inaugural da Jornada 2024, onde trabalhamos o pilar ‘movimento’. Nós tivemos apoio do Casarão João de Alabá e do Inclusartiz para a locação das oficinas de expressão corporal, Kemetic yoga e também do Restaurante Quitutes da Luz no Morro da Conceição, onde paramos para o almoço. Além dos bolsistas selecionados este ano, participaram também alguns dos germinadores e os contemplados na promoção da plataforma da MUDA”. A Arôle atua na idealização de projetos socioambientais, como alimentação, agroecologia e educação, e também na produção de queijos vegetais que são expostos em feiras.

Luna explica que, em paralelo às oficinas mensais, são realizados grupos de estudo, um treinamento para os 15 alunos que se formaram em 2023, chamados de ‘germinadores’. “Nós abrimos a possibilidade de seguirem fazendo encontros, para que eles possam contribuir na jornada como monitores, oficineiros. Então estamos colocando-os de outra forma no projeto”, conta.

Esses encontros são virtuais, de cerca de 2 horas, e acontecem sempre na 2ª semana do mês (aos domingos). O objetivo é que os germinadores possam se engajar na gestão do projeto. Os temas são variados: o primeiro encontro, em Março, abordou o tema da Autogestão e contou com a participação de Flávia Berton, integrante da MUDA. No dia 19 de Maio será discutido o Racismo Ambiental e em Junho, Segurança e Soberania Alimentar. Para o 2º semestre está prevista a discussão de temas como a Gestão Cultural e a Formação de Redes.

Além de ajudar nas melhores escolhas para o coletivo, as oficinas do Jornada também buscam fortalecer o conhecimento espiritual

O projeto do Jornada, de acordo com Luna Pesce, é se fortalecer cada vez mais com o suporte de editais e novas possibilidades. E o retorno entusiasmado de alunos e monitores é um alimento fundamental, um combustível que faz as ideias circularem e germinarem.

“Eu penso que todas as pessoas que têm a chance de fazer o Jornada da Mata, não deveriam perder essa oportunidade. Porque é o momento de você se conhecer, se amar, conhecer outras pessoas, saber o que é empatia, viver uma experiência de conhecimento espiritual, em que as pessoas estão compartilhando das mesmas boas energias. É muito importante que cada um possa descobrir o seu lugar na natureza, neste mundo. Desde que eu me descobri como artista, cada dia é uma coisa nova que eu conheço de mim mesma. Sou muito grata ao Jornada.” Cláudia Lacerda, germinadora do projeto.

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