Matéria publicada em 1° de março de 2024.
Denise Amador, também conhecida como Potô, coordena a área de agroecologia da Rede Saúva Jataí desde 2023 e propôs, nesse início de ano, um encontro com todas as iniciativas ligadas à área com o intuito de fortalecer a rede, propiciar mais sinergias e cooperação entre elas. O encontro na plataforma zoom reuniu representantes de oito iniciativas que trabalham com agrofloresta, compostagem, cooperativismo e comercialização; além das coordenadoras das áreas de comunicação e finanças da Saúva; e ainda representantes da Saúva e Núcleo Cigarras. Estavam presentes na reunião representantes da Associação Amanu, CSA Confraria da Horta, Instituto Arandú, Jornada da Mata, Mutirão Agroflorestal, Laboratório Terra Orgânica, Quilombo Mato Dentro e Teia da Terra. Um dos objetivos, segundo Potô, além de um espaço para que todas fizessem uma breve apresentação de suas iniciativas, foi de “aprofundar esses assuntos que permeiam a agroecologia entre as iniciativas da Rede”.

Um dos desdobramentos do encontro foi a criação de um grupo de whatsapp específico para as iniciativas ligadas à agroecologia e também a reverberação do Edital do Laboratório Terra Orgânica que vai oferecer uma consultoria em compostagem para três projetos da rede. “Foi um encontro bem rico, com as pessoas se colocando, se apresentando e conhecendo as caras por trás dos projetos, mesmo que através da tela. E dando as boas-vindas ao Mutirão Agroflorestal que está chegando na rede. Foi um primeiro encontro bem-sucedido e bem focado nas apresentações, que trás muitas coisas da história das iniciativas e projetos”, comemora Denise.
A ideia inicial é que esse encontro seja realizado bimestralmente e que no próximo sejam apresentadas as iniciativas que não puderam estar presentes, além de trazer temas ligados à agroecologia para aprofundar.
Fortalecendo as teias da rede
Denise Amador conta da importância do que é vivenciado nos encontros No Coreto, de ir fomentando a estrutura de rede, a estrutura circular com iniciativas que se apoiam, se conhecem e se identificam, e criam sinergias e possibilidades de trocas. “Conhecendo cada dia mais as iniciativas, vemos que umas têm soluções para os desafios que outras estão vivendo. É uma Rede ampla que atua também nas áreas da educação, moedas complementares, arte e cultura e povos tradicionais, mas hoje convidamos as que estão diretamente relacionadas à área da agroecologia”, explica Potô.

A perspectiva é aproximar essas iniciativas e aprofundar as trocas de conhecimentos, experiências e projetos ligados à agroecologia e tudo que está ao seu redor, como a agrofloresta, compostagem, cooperativismo, comercialização e educação ambiental.
Após a introdução de Denise, todos os representantes tiveram um tempo para se apresentarem, falarem de seus projetos e traçarem os objetivos e desafios para o ano de 2024. Ao final do encontro, vários temas para serem abordados surgiram e possibilidades de trocas de aprendizados que pudessem contribuir com os desafios das iniciativas. Entre eles, Luiz Felipe Cunha, da Associação Amanú e projeto Camponês a Camponês, citou a demanda por oficinas de bambu para a comunidade do projeto Quilombo Mato Dentro em Conselheiro Lafaiete/MG que eles, de Jaboticatubas/MG, poderiam oferecer. “Sou bambuzeiro, tenho uma estação de tratamento, construo casas e galpões de bambu. Então podemos transferir tecnologia, trazer tecnologia, porque em Jaboticatubas tem muitos trabalhadores do bambu e de artesanato que estamos resgatando também”, conclui Luiz.