Matéria publicada em 6 de julho de 2023.
O Mudas na Terra prometida é um projeto de soberania alimentar para moradores do Complexo da Penha, na região norte do Rio de Janeiro. Uma parceria da Rede Muda com a ONG Novos Líderes Empreendedores deu início a este projeto que promove a produção de alimentos saudáveis na Serra da Misericórdia, onde fica a Terra Prometida, dentro do Complexo da Penha. Lá, produzem ovos, legumes, frutas e hortaliças. E agora, passam também a produzir peixe. Thiago Lopes, um dos gestores da ONG Novos Líderes Empreendedores, conta que o tanque de tilápias construído como piloto na comunidade, em parceria com a Saúva, é realidade e está apto a crescer e aumentar em produtividade.
Iniciada a construção no ano passado, o tanque recebeu bomba para circulação da água, alevinos e passou para a fase do manejo com sucesso. Hoje, há tilápias vivendo e crescendo bem lá. O projeto está fechando o ciclo de testes e tem potencial de crescer e aumentar a produção, como aconteceu também com a produção de ovos; e deve gerar um impacto nutricional muito positivo nas famílias atendidas pelo projeto.

Thiago comemora que as famílias podem ver, aqui pertinho do seu espaço, dentro da favela, um mundo agrícola; um mundo mais rural. Tanto a produção de legumes e frutas como o tanque de tilápias são experiências bem sucedidas do bom aproveitamento de áreas verdes degradadas na comunidade, que pode ser multiplicada para outros pontos do Brasil, amplifica Thiago. Ele ainda lembra da importância educacional para as crianças que moram perto dessas áreas e que têm uma escola agrícola ao lado.

“Ela (criança) chega e “olha que legal, tem um peixe aqui!”, encena o gestor. As crianças podem aprender a produzir peixes dentro da favela, algo que não se imaginava possível: e elas vão comer, celebra o gestor: “como antigamente eles tinham o costume de comer uma galinha caipira”. O tempo estimado de crescimento dos alevinos de tilápia gira em torno de cinco meses e a primeira leva da produção já está no ponto de consumo. A ideia agora, conta Thiago, é manter o sistema em funcionamento e ir aumentar a produção até o limite do tanque.
